[Infraestrutura]
A indústria de alimentos já se prepara para o futuro pós-pandemia
20 de Dezembro de 2023
A indústria de alimentos será um dos segmentos mais afetados no pós-pandemia do novo coronavírus. Foi o próprio secretário-geral das Organizações das Nações Unidas (ONU), António Guterres, quem garantiu isso. Ao mesmo tempo, bancos de investimentos, como o americano Goldman Sachs, já apontam o setor frigorífico, entre outros, como aqueles que se tornarão de maior risco para investimentos.
A verdade é que a indústria de alimentos já se prepara para o futuro pós-pandemia. Os desafios, que até então eram enormes e eminentes, se tornaram urgentes diante da pandemia da Covid-19, e à indústria alimentícia não resta alternativa senão aprofundar ainda mais essa verdadeira revolução que vem experimentando já há quase uma década.
Diz-se que as crises trazem excelentes oportunidades de crescimento e é assim que a indústria de alimentos enxerga e vive esse momento. É tempo de se reinventar, de inovar. A tecnologia disponível, os compromissos inadiáveis com a sustentabilidade, a preocupação com a saudabilidade e, principalmente, os anseios e necessidades de um novo consumidor estão transformando a indústria de alimentos, processo esse que se intensificará –e muito – no futuro pós-pandêmico próximo.
Um novo consumidor, novas exigências para a indústria de alimentos
Independente da pandemia do novo coronavírus, a indústria de alimentos já tinha diante de si o compromisso de entender e atender um novo consumidor, bem diferente daquele com o qual estava acostumada a lidar há, por exemplo, uma ou duas décadas. Esse novo consumidor exige saudabilidade, quer saber exatamente o que está consumindo, cobra responsabilidade socioambiental dos seus fornecedores e quer ser atendido de forma individualizada.
Uma reconhecida consultoria internacional, a IRi, realizou um amplo estudo diante do isolamento social provocado pela pandemia, e chegou a alguns resultados que indicam caminhos para o futuro pós-pandemia da indústria de alimentos:
- 53% dos entrevistados garantem que continuarão a cozinhar suas próprias refeições com mais frequência mesmo após o fim da pandemia. É um número alto, que certamente trará consequências para o mercado de alimentação fora do lar.
- O consumidor buscou fazer suas compras junto ao pequeno produtor, numa postura política observada no mundo inteiro. Segundo a pesquisa, pequenas marcas tiveram um crescimento real de 18,3% no varejo norte-americano e as marcas próprias cresceram em torno de 12%. As grandes marcas tiveram um aumento de vendas bem menor, de 7,5%. Especialistas já falam em fusões e, ainda, na aquisição de pequenas marcas por parte de grandes indústrias.
- Outro ponto relevante (desta vez apontado por pesquisa da consultoria Evergi) se refere à saudabilidade. A procura por alimentos considerados mais saudáveis tem crescido acima da média: a venda de produtos antialérgicos, também nos EUA, aumentou 13%, a proteína à base de plantas vendeu 9% a mais e a venda de alimentos e bebidas que trazem em suas embalagens mensagens de autocuidado, como suporte imunológico, cresceram 12%.
É claro que somado a todas estas questões, a preocupação com a higiene na preparação, embalagem e comercialização dos produtos ganha um status jamais visto até aqui. Os processos já foram revistos, e serão intensificados e definitivamente incorporados.
9 tendências para a indústria de alimentos no pós-pandemia
O que não faltam são estudos em renomadas revistas científicas globais sobre as tendências de renovação na indústria de alimentos. Destacam-se nove tendências para a indústria de alimentos no pós-pandemia, que aparecem em 80 diferentes estudos de destaque sobre o tema.
- A indústria de alimentos buscará não depender mais de cadeias complexas de itens essenciais, que podem apresentar difícil acesso ou se tornar muito caras, diante de alguma outra catástrofe global.
- Haverá investimentos cada vez maiores e mais consistentes em rastreabilidade da comida, com o objetivo de reduzir as ameaças à saúde do consumidor.
- Os investimentos em avanços tecnológicos serão ainda maiores. A transformação digital já é uma realidade, foi ainda mais necessária durante a pandemia, por conta do isolamento social, e será um fator básico de sobrevivência das empresas.
- O confinamento de animais em grande escala (aves, suínos, bovinos e pescados) está sendo repensado porque tem grande potencial de eclosão de pandemias. Mudanças profundas acontecerão no setor de criação de animais.
- Mais do que outros setores, o frigorífico terá uma robotização acelerada porque hoje é considerado um fator crítico de contágio.
- A indústria alimentícia vai apostar muitas fichas na prevenção da perda da biodiversidade em áreas críticas e com riscos de provocar migração de hospedeiros de agentes patógenos zoonóticos (desmatamento tropical, por exemplo).
- Espera-se por uma importante redução de intermediários entre o produtor e o consumidor. Novos arranjos de logística serão realizados, com uso de drones, malhas de delivery otimizadas e e-commerce. Ganham força – muita força – os pequenos produtores.
- O consumidor apresentará novos hábitos alimentares, muito por conta da adoção definitiva do home office e da redução do tempo de deslocamento em transporte nas grandes cidades. Ganham ainda mais espaço os insumos voltados para o próprio preparo das refeições.
- Finalmente, o combate ao desperdício será adotado com muita força, inclusive com maior conscientização do consumidor para consumo de ingredientes fora de padrão, mas saudáveis.
Embalagens, uma verdadeira revolução
O setor de embalagens para a indústria de alimentos sofrerá, sem dúvidas, uma verdadeira revolução, com avanços tecnológicos notáveis. Antes de tudo, é preciso pontuar que já está havendo uma redefinição dos pontos que devem constar nas informações impressas nas embalagens. A tendência é que isso se intensifique muito, e o consumidor seja muito mais bem informado sobre o que está consumindo e de onde aquele alimento vem. Não bastam informações sobre o número de calorias, por exemplo. A composição do alimento e sua rastreabilidade ganham destaque.
As embalagens, propriamente ditas, mudarão sensivelmente. Já há, no mundo inteiro, experiências com embalagens que indicam, por meio de cores, sobre o prazo de validade, por exemplo. Será possível ver na hora se esse prazo está vencido apenas pela cor da embalagem. Outra novidade é o uso de filmes antimicrobianos. Sabe-se, por exemplo, que o vírus da Covid-19 resiste sobre uma superfície plástica entre 36 e 72 horas , e combater isto está na pauta das inovações das embalagens da indústria alimentícia. Investe-se, também, em embalagens que oferecem maior prazo de validade ao produto.
As mudanças que acontecerão na agricultura
Ainda é cedo para apontar as mudanças que a pandemia do novo coronavírus provocará na agricultura e que permanecerão como um legado no mundo pós-Covid-19. Mas os especialistas falam em um processo de robotização ainda maior de todo o setor e adoção de medidas mais intensas de higiene. O maior impacto, porém, deve acontecer sobre o cultivo de orgânicos, e isso é uma tendência global. No Brasil, especificamente, o cultivo de orgânicos já vinha crescendo anualmente algo em torno de 20%, mas estes números aumentarão significativamente, apostam os especialistas. O uso de defensivos agrícolas também deverá ser revisto (mas não eliminado, claro).
A Engine e a nova realidade da indústria alimentícia
Não há dúvida alguma que a transformação digital tomará conta de vez da indústria de alimentos no cenário pós-pandemia. Ela é a maior aliada da segurança do alimento, tema que conduz toda a revolução pela qual passa o setor. Uma gestão integrada, com informações detalhadas just-in-time, faz toda a diferença e permite um acompanhamento muito maior do dia a dia.
Há 25 anos, a Engine acumula experiência e expertise na condução da transformação digital de inúmeras empresas da indústria de alimentos. Oferecemos as melhores soluções de gestão empresarial de classe mundial, por meio de processos seguros, sustentáveis e informações ágeis entre as áreas estratégicas do negócio para a tomada de decisões. Não há inovação sem transformação digital, bem como não há tecnologia sem gente preparada para utilizá-la e propósitos consolidados.
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