[Infraestrutura]
As inovações na indústria de alimentos que serão decisivas a partir de 2021
20 de Dezembro de 2023
A indústria de alimentos vive alguns desafios para se adequar à transformação digital e, principalmente, para atender aos anseios de um consumidor muito mais consciente, que exige qualidade, saudabilidade e segurança nos alimentos que compra e consome. São desafios globais, que estão transformando o mercado e permitindo inovações na indústria de alimentos.
A pandemia do novo Corona vírus, no entanto, também trouxe desafios específicos, e até mais urgentes, promovendo mudanças no próprio consumidor e, consequentemente, na indústria de alimentos. Neste conteúdo, você descobrirá quais as inovações que tendem a se destacar na indústria por conta de tudo isso que temos vivido.
O consumidor não é o mesmo, a indústria de alimentos também, e as inovações vieram para ficar e, principalmente, para dar uma resposta às dores do consumidor e na busca de mais produtividade, menos desperdício e mais segurança alimentar – gargalos tradicionais do segmento.
Um novo consumidor da indústria de alimentos
Sem dúvidas, a maior mudança que a indústria de alimentos percebeu nestes últimos anos é a postura e os interesses do próprio consumidor, que também foram muito afetados pelo isolamento social imposto pela pandemia. A consultoria internacional IRi fez uma ampla pesquisa com os consumidores e descobriu que nada menos do que 53% deles pretendem passar a cozinhar suas próprias refeições com mais frequência do que antes da pandemia.
Isso significa que o número de pessoas que irá para a cozinha preparar seus almoços, lanches e jantares será muito maior, mesmo após a pandemia. Uma empresa especializada em pesquisa de mercado de consumo, a Hunter, também foi às ruas e o resultado do seu estudo indica o mesmo caminho: sete em cada dez consumidores estão cozinhando mais e pretendem manter esse hábito após o fim da pandemia.
A IRi também observou um dado interessante, que a indústria precisa olhar com atenção: o consumidor está preferindo fazer suas compras com o pequeno produtor e pequenos comerciantes. Segundo a consultoria, nos Estados Unidos marcas pequenas apresentaram um crescimento real de 18,3% no varejo, e as marcas próprias cresceram em torno de 12%. As marcas grandes observaram um aumento de vendas menor, de 7,5%.
Os consumidores também demonstraram que querem passar o menor tempo possível dentro de uma loja fazendo compras – essa indisponibilidade cresceu 5 pontos percentuais em maio de 2020, e os especialistas esperam por um boom contínuo das vendas online. As vendas online de alimentos e bebidas nos Estados Unidos devem alcançar a marca de US$ 109 bilhões este ano, aponta pesquisa da Food Industry Association (FMI) e NielsenIQ.
Em busca de saúde
Este consumidor que pretende cozinhar mais suas próprias refeições também exige mais saúde. E recompensa a indústria de alimentos que oferece isso: pesquisa da consultoria Evergi mostrou que a venda de produtos antialérgicos, também nos Estados Unidos, aumentou 13%. A proteína à base de plantas vendeu 9% a mais no varejo norte-americano. E a venda de alimentos e bebidas que trazem em suas embalagens mensagens de autocuidado, como suporte imunológico, cresceram 12%.
Em suma, a tendência é pela comida caseira, as compras online e o autocuidado. Indústrias e marcas que estão atentas para isso, buscando inovações que respondam aos anseios e dores do consumidor, terão ampla preferência e até crescerão, dizem os especialistas.
As embalagens vão mudar de conceito
Já há algum tempo, a indústria de alimentos tem dado uma atenção muito especial às embalagens de seus produtos. A busca pela sustentabilidade vai mudar o conceito das embalagens. Já há embalagens que indicam por meio de cores se um alimento não está dentro do prazo de validade, por exemplo.
Em tempos de pandemia, as embalagens estão ganhando um pouco mais de atenção e estudos. Já se sabe, por exemplo, que o vírus resiste em uma superfície plástica por um período entre 36 e 72 horas. Investir em embalagens com filme antimicrobiano é uma atitude proativa, que oferece mais segurança ao alimento e, portanto, ao consumidor.
A indústria de alimentos já percebeu que o consumidor quer embalagens sustentáveis. Uma pesquisa do Mercado Livre, realizada entre junho de 2019 e maio de 2020, mostrou que o número de consumidores que visitam as seções sustentáveis do Market Place cresceu nada menos do que 130%.
Há, ainda, a preocupação do consumidor com a informação sobre o alimento, que deve vir de forma expressa na embalagem. Ele busca saber, hoje, não só o número de calorias ou receitas, mas também a composição e dados sobre sua rastreabilidade.
O que esperar da indústria de alimentos em 2021?
A verdade é que os efeitos da pandemia sobre a economia ainda são inevitáveis e profundos, e assim o poder de consumo de famílias com baixa renda cai substancialmente. Mas o que o mercado nota é que a preferência por produtos mais acessíveis não é uma tendência apenas entre os menos favorecidos. Há uma busca generalizada por marcas mais baratas (e menos famosas), por exemplo.
Por outro lado, o tipo de consumo vem mudando, e os especialistas dizem que são cinco as principais tendências globais que vão influenciar as inovações na indústria de alimentos em 2021, segundo a ADM, líder global em nutrição. São elas:
- Busca com alimentos mais benéficos: os consumidores querem itens mais customizados, sob medida para sua saúde, dando preferência para alimentos e bebidas que contêm ingredientes naturais e benéficos.
- A busca pela sustentabilidade: pesquisa da ADM indica que 65% dos consumidores querem ter um impacto positivo no meio ambiente por meio de suas ações, e comprar de empresas comprometidas com o meio-ambiente é uma forma de alcançar isso.
- Microbioma intestinal: a pandemia, garante a ADM, intensificou o interesse do consumidor pelo papel do microbioma intestinal em sua saúde. Produtos que ajudam no controle do peso e dão suporte ao sistema imunológico ganham preferência.
- A vez e a hora do produto plant-based: a pesquisa da ADM indica que 56% dos consumidores querem comer proteínas vegetais, incluindo hambúrgueres, queijos vegetais e carnes alternativas.
- Transparência: o consumidor quer rótulos que falem de forma transparente, sobre todo o ciclo do produto.
As inovações na indústria de alimentos que serão decisivas em 2021
As empresas devem estar preparadas para se adaptar a essas inovações:
- Inovação na tecnologia da embalagem: a indústria da carne, por exemplo, está investindo em tecnologia de embalagem a vácuo, que permite a redução de aditivos para a preservação do alimento. O shelf life do produto pode chegar até 120 dias.
- Produtos de plantas (plant-based): são produzidos em laboratório e oferecem sabor e textura quase idênticos a carnes bovinas e suínas. Cada vez mais o consumidor vem buscando seu consumo, o que levou gigantes do setor a investirem em linhas completas de plant-based.
- Marca própria: consumidores buscam, hoje, favorecer pequenos produtores e comerciantes de bairro. Assim, as marcas próprias estão ganhando um destaque cada vez maior.
- Produtos customizados: restaurantes estão oferecendo kits com todos os ingredientes e a receita para o preparo do prato na própria residência do consumidor. O kit chega muito bem embalado e o preparo, facilitado, fica a cargo do consumidor.
- Dark kitchens: são as cozinhas fantasmas, que atendem apenas a produção de delivery. Não há contato algum do restaurante com o cliente, a não ser pelo telefone ou por aplicativo.
- Regras de ouro: a preocupação com a segurança do alimento sempre foi um ponto-chave da indústria, mas se intensificou ainda mais na pandemia do novo coronavírus. A higiene dos colaboradores, por meio da adoção das regras de ouro da pandemia, foi ainda mais intensificada.
- Maior preocupação com o rótulo da embalagem, oferecendo mais informações ao consumidor.
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