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    [Inovação, esg]

    A agenda ESG e como ela está impactando as indústrias no Brasil

    20 de Dezembro de 2023

    Não há dúvidas de que as indústrias têm um papel preponderante na defesa do meio ambiente, e há muito o que fazer quando assumem essa responsabilidade socioambiental. Mas qual impacto que uma agenda ESG pode ter sobre as indústrias e o mercado? Será que os ganhos são apenas ambientais (que se justificariam por si só, é bom deixar claro)?

    Como a agenda ESG está impactando as indústrias no Brasil? O que elas ganham com isso e por que não podem deixar esse tema de lado? A verdade é que agenda ESG já deixou de ser uma tendência mundial, e aqui no Brasil, a exemplo de outros lugares do mundo, caminha a passos largos para se tornar uma condição essencial para o sucesso de qualquer companhia.

    O que é ESG?

    É ESG a empresa que está preocupada com questões socioambientais e realiza processos para eliminar os possíveis impactos negativos que suas operações possam ter sobre o meio ambiente e para preservar recursos naturais. Uma empresa que faz a coleta de resíduos corretamente, elimina suas emissões de CO2 e faz uso da energia solar, por exemplo, é uma empresa ESG, com certeza.

    ESG é a sigla para “Environmental, Social and Governance“, que em português significa ambiental, social e governança. Trata-se de uma espécie de selo para identificar empresas que exercem sua responsabilidade socioambiental por meio de ações efetivas em prol do meio ambiente. São empresas que adotam uma agenda efetiva de compromissos com o planeta.

    Por que ESG é um tema fundamental para sua empresa?

    Se a sua empresa quer se destacar e assumir uma posição de sucesso no mercado, definitivamente não pode deixar este tema de lado. É imperativo assumir sua responsabilidade socioambiental, por meio de uma agenda ESG.

    A empresa deve assumir-se como um agente social que realmente é. Tal atitude seria o suficiente para a adoção de uma agenda ESG, simplesmente porque precisamos cuidar do meio ambiente para que todos possamos viver bem. Mas a verdade é que este é um compromisso que o próprio mercado exige, e as empresas que não se atentarem para isso ficarão para trás.

    Não faz muito tempo, o consumidor exigia preço e excelência no atendimento para oferecer sua fidelidade a uma empresa. Este consumidor mudou, e hoje exige o comprometimento de quem pretende consumir. O cliente exige que a empresa tenha postura e, mais do que isso, compromisso com uma agenda sustentável.

    Até mesmo no mercado financeiro isso é notório. O valor das companhias que adotam uma agenda ESG muda, e os investidores procuram papéis de empresas comprometidas com as questões de sustentabilidade. É uma tendência que veio para ficar, e quem não apostar nela vai perder o bonde da história.

    Como a agenda sustentável pode impactar os negócios nos próximos anos?

    No início dos anos 70, a questão da sustentabilidade começou a ganhar um grande destaque nos Estados Unidos, quando fundos de investimento começaram a focar seus negócios em empresas socialmente responsáveis e sustentáveis. De lá para cá, o que era uma tendência local se transformou em um compromisso mundial, com pressão sobre os governos e sobre o mercado também.

    A adoção de uma agenda ESG traz um benefício direto na percepção de valor da empresa. Em um primeiro momento, há um impacto positivo sobre a marca, trazendo mais consumidores fiéis para ela. Mas a tendência é que o próprio valor do negócio cresça, principalmente após certificações e qualificações específicas ao ESG, que selam de vez o compromisso com a questão socioambiental.

    As empresas aderentes ao ESG agregam valor ao seu produto ou serviço, e isso será uma ferramenta competitiva fundamental para os bons resultados a serem alcançados. É claro que isso não acontece do dia para a noite, mas há frutos colhidos imediatamente, por exemplo com a redução de custos, eliminação de desperdícios, queda nas contas de energia e água e outras atitudes socioambientais.

    ESG no mundo e no Brasil

    Relatório da consultoria global PwC informa que até 2025 nada menos do que 57% dos ativos de fundos mútuos da Europa levarão em consideração critérios ESG. Isso representa quase US$ 9 trilhões. Em pesquisa realizada pela companhia, 77% dos investidores institucionais demonstraram intenção de parar de comprar produtos não ESG nos próximos dois anos. 

    A Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais (Andima) informa que em 2020 fundos ESG no Brasil chegavam a R$ 700 milhões, simplesmente o triplo do ano anterior. E a tendência de crescimento é cada vez maior. Em janeiro de 2021, esses fundos já ultrapassaram a marca histórica de R$ 1 bilhão.

    Um dado muito relevante, obtido em pesquisa da Andima, indica que a percepção do mercado em relação a necessidade de implantação de uma agenda ESG é cada vez maior. Nada menos do que 84% dos entrevistados dessa pesquisa – todos ligados ao mundo empresarial – disseram que o interesse por essa discussão aumentou.

    É importante dizer que há um caminho gigantesco pela frente, que só prova o quanto de espaço há para o ESG. Não acabamos de afirmar que de 2019 para 2020 os fundos ESG triplicaram de valor? Pois bem, ainda assim na ocasião representavam apenas 0,13% do que é investido em fundos no país. O que não falta é oportunidade.

    6 tendências ESG para sua empresa focar

    Maior atenção aos fatores sociais: as questões sociais estão em evidência e ganham cada vez mais espaço. Os investidores procuram saber se as empresas exercem sua responsabilidade socioambiental e, mais do que isso, levam essa informação em consideração na decisão de investir ou não em um determinado negócio ou na compra de ações.

    Emissão de CO2 e as mudanças climáticas: o foco em projetos verdes é cada vez maior e tem mais ressonância no mercado. O combate à emissão de CO2 e a preocupação com as mudanças climáticas são temas que estão no centro das discussões hoje.

    Combate ao desperdício e preocupação com a energia sustentável: as empresas estão repensando o uso de matérias primas, com foco no combate ao desperdício e a busca por uma visão contínua e cíclica da produção.

    ESG em alta na Bolsa de Valores: Cada vez é maior o número de empresas na Bolsa de Valores que adere à agenda ESG, bem como mais e mais gestoras estão incorporando os fatores ESG em seus processos de seleção de ativos.

    Engajamento corporativo: As empresas vão atuar cada vez mais como atores sociais que efetivamente são, assumindo sua responsabilidade socioambiental. O mercado cobra isso.

    Criação de um padrão de divulgação de dados e métricas ESG: As empresas divulgam seus dados ainda de forma desorganizada, mas a divulgação de dados e as métricas tendem a apresentar um padrão, com mais qualidade e profundidade.

    As 10 empresas na Bolsa de Valores mais bem posicionadas nos critérios ESG

    Há uma série de companhias, presentes na Bolsa de Valores, que adotam a agenda ESG e colhem frutos por isso. De acordo com um levantamento feito pela XP Investimentos, as dez empresas de capital aberto e seus respectivos setores que melhor se classificaram no conceito ESG, de acordo com o índice ambiental MSCI, em 2021, foram:

    • Natura & Co (cosméticos): MSCI ESG AA, score 8,7

    • CEMIG (elétricas): MSCI ESG AA, score 8,5

    • EDP (elétricas): MSCI ESG AA, score 8,5

    • Localiza (transportes): MSCI ESG AA, score 8,4

    • Ultrapar (distribuição combustível): MSCI ESG AA, score 8,4

    • Banco do Brasil (instituições financeiras): MSCI ESG AAA, score 8,3

    • Banco Santander (instituições financeiras): MSCI ESG AA, score 8,3

    • B3 (instituições financeiras): MSCI ESG AA, score 7,9

    • Ambev (alimentos e bebidas): MSCI ESG AA, score 7,6

    • Ouro Fino (farmacêutica): MSCI ESG AA, score 7,4

    Conclusão

    A preocupação com o meio ambiente não é uma moda passageira, muito pelo contrário. Tendência que veio para ficar, é uma exigência do próprio mercado e condição do consumidor para se fidelizar a uma marca. A agenda ESG é um caminho sem volta para as indústrias no Brasil, e aquelas que ignorarem isso certamente perderão espaço e se perderão no ostracismo.

    As indústrias já estão tirando proveito disso, agindo com responsabilidade socioambiental, se assumindo como agente social transformador e valorizando sua marca perante o consumidor. Todos tendem a ganhar: a empresa, o mercado, o consumidor e, principalmente, o planeta.

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