[Inovação]
Cultura organizacional: o drive para a Indústria Farmacêutica 4.0 e para a inovação
28 de Outubro de 2024
A cultura da empresa é o que leva os funcionários a dar o melhor de si todos os dias por uma causa em que acreditam. É o que faz com que os melhores permaneçam fiéis ao longo dos anos. Alguns acreditam firmemente no poder da cultura, especialmente em um setor impulsionado por inovações em ritmo acelerado, argumentando que o sucesso só pode ser alcançado com a criação de um ambiente no qual ideias com potencial de avanço possam ser compartilhadas, testadas e desenvolvidas.
O exemplo mais conhecido de grande cultura empresarial em biotecnologia é a Genentech, uma biotech do Vale do Silício, que além de ótimos salários e condições de trabalho que dão espaço para o desenvolvimento pessoal, garante que seus colaboradores se sintam próximos do crescimento da empresa, comemorando todos os grandes marcos. Ela também vai além e comemora correr riscos que não acabam sendo bem-sucedidos – em seus “Awesome Failure Awards” -, sabendo que esses esforços são o que alimentam a inovação.
As biotechs demonstraram minuciosamente que uma grande cultura de empresa pode se traduzir em grandes resultados. Mas o mais impressionante é que demonstrou que pode ser mantida mesmo depois de ser adquirida por uma grande empresa como a Roche, renovando os cargos da alta administração e escalando para mais de 14 mil funcionários.
Na Europa, o MorphoSys parece ser outro grande exemplo. Simon Moroney, o CEO, disse que garante um tempo para conhecer pessoalmente todos os novos funcionários. “Tentamos manter uma ótima cultura lá porque acho que ajuda na produtividade. Se você tem um ambiente em que as pessoas querem vir e querem trabalhar, a empresa terá sucesso. Nós trabalhamos muito duro nisso”.
Um estudo da Accenture, intitulado Getting to Equal 2019, demonstra que uma cultura de igualdade no local de trabalho é fundamental na multiplicação de iniciativas em prol da inovação e do crescimento. A pesquisa é baseada nas respostas de mais de 18 mil profissionais de 27 países – inclusive o Brasil -, além de entrevistas com mais de 150 executivos C-level de oito países, além de modelo que combina os resultados da pesquisa com dados já publicados sobre a força de trabalho.
95% dessa amostragem enxerga a inovação como vital para sua competitividade e viabilização de negócios. Uma cultura de igualdade tem um papel chave quando se quer impulsionar uma mentalidade de inovação mais do que outros fatores que diferenciam as organizações, como setor, país ou dados demográficos da força de trabalho.
Um ambiente empoderador é de longe o fator mais importante para impulsionar uma mentalidade inovadora, formada por seis elementos: propósito, autonomia, recursos, inspiração, colaboração e experimentação. Quanto mais empoderador o ambiente de trabalho, maior o índice de mentalidade inovadora.
Em uma cultura mais igualitária, os principais fatores subjacentes a uma mentalidade de inovação incluem oportunidades de formação de competências relevantes, flexibilização da jornada de trabalho e respeito pelo equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Transformação Digital: diretrizes para inovar e competir na Nova Economia
Seu produto pode não ser tecnologia, você pode não vender um aplicativo, mas a sua empresa é conhecida, reconhecida, comunicada e julgada por meio da tecnologia. “Até 2020, a experiência do cliente superará o preço e o produto como o diferenciador-chave da marca. 86% dos compradores pagarão mais para terem uma melhor experiência”, segundo a CEI Survey.
Para transformar o seu negócio e permitir que esses novos canais gerem valor real para você, é preciso repensar as ações e integrar o digital no coração do funcionamento da empresa, tornando-o parte do seu DNA. A sua marca é a experiência digital que você oferece para o seu cliente.
A experiência que você oferece para seus clientes deve ser dinâmica e contínua. O digital está entrando na sua empresa para movimentar processos estáticos, de lentidão e desconhecimento do seu consumidor. Você deve estar disponível agora, não daqui a dez dias. A informação acontece ao vivo.
O processo de transformação digital tem início com uma estratégia de avaliação do negócio, em um cenário predominado por incertezas e que exige foco nos desafios que virão. É necessário imaginar como as tecnologias digitais poderão impactar o negócio, pensando em todas as possíveis rupturas do mercado, estando aberto às mudanças e reestruturações nos seus processos para, então, traçar o destino a ser alcançado.
A transformação digital atingirá de maneira disruptiva todos os setores e mercados mais rápido do que imaginamos. Empresas estão sob sucesso e o risco do desaparecimento do próprio negócio, pois mesmo com o suporte das tecnologias, dependem muito da capacidade de compreenderem a amplitude da transformação que precisam e do desafio de implementarem suas estratégias digitais o mais rapidamente possível.
A essência da transformação digital consiste basicamente em: digitalização, desmaterialização, desmonetização, democratização e disrupção. Para não ser pego de surpresa, você mesmo a provoca, gerando desafios e riscos e abrindo novas oportunidades para o seu negócio. Transformação digital não é uma adoção massiva de novas tecnologias, mas uma revolução digital no mundo dos negócios.
O Agile Elephant define transformação digital como “uma mudança de liderança, pensamento, incentivo à inovação e novos modelos de negócios, incorporando a digitalização de ativos e um aumento no uso da tecnologia para melhorar a experiência dos funcionários, clientes, fornecedores, parceiros e partes interessadas”.
É uma mudança de comportamento e processos que afeta todos os setores, principalmente a indústria farmacêutica. O digital está capacitando as pessoas a desempenhar um papel mais ativo em seus próprios cuidados e tornando os processos mais eficientes para os prestadores de serviços.
As grandes empresas farmacêuticas não são mais a única fonte de informações sobre como seus produtos funcionam. As recentes tendências da transformação digital fornecem a pacientes e players do setor acesso sem paralelo sobre o impacto de uma estratégia de saúde e como isso pode afetar seu bem-estar geral e a vida cotidiana.
As plataformas e comunidades online permitem que as pessoas discutam o progresso de seus tratamentos, enquanto alguns aplicativos conseguem rastrear como um paciente é afetado por uma medida terapêutica prescrita. Essas fontes fornecem aos especialistas insights acionáveis sobre a segurança e eficácia de um medicamento ou terapia.
De acordo com a consultoria McKinsey, em um artigo intitulado The Road to Digital Success in Pharma, o primeiro passo para se adaptar a esse influxo da digitalização é desenvolver processos para oferecer a você a capacidade de usar esses novos ativos de maneira eficaz. Ao fazer isso, as empresas farmacêuticas, antigas e novas, garantem que permaneçam a “principal fonte de autoridade no desempenho de seus produtos”.
A visualização de dados não é apenas estética, é baseada em resultados reais e em descobertas do setor. Com uma quantidade crescente de conteúdo disponível online diariamente, a maneira como as pessoas acessam e processam informações está mudando.
O compartilhamento da inteligência baseada em dados deve ser feita de uma maneira tangível e acessível a um público mais amplo, não apenas à mente científica. Por exemplo, a visualização de dados pode melhorar como as informações do paciente são comunicadas a eles ou como certos medicamentos e tratamentos estão afetando diferentes áreas do sistema fisiológico.
Embora os profissionais de saúde continuem representando a relação entre pacientes e a indústria farmacêutica, as tendências digitais estão demonstrando que uma quantidade crescente de pessoas está mais engajada com seus planos de tratamento. A McKinsey diz que, devido à grande quantidade de informações digitais acessíveis em assistência médica e farmacêutica, mais de 85% dos pacientes se sentem mais à vontade em tomar as rédeas de seus tratamentos – ainda mesmo que com o mínimo acompanhamento profissional.
Essas informações permitem que os pacientes desenvolvam um melhor relacionamento com sua saúde e avaliem o custo dos produtos farmacêuticos ou serviços de saúde de que precisam. Para novas empresas farmacêuticas, as chamadas biotechs, tendências de transformação digital como essas podem ser benéficas, pois a indústria tem a oportunidade de se conectar e se envolver com potenciais clientes no ambiente digital.
Não apenas o atendimento ao paciente será aprimorado por meio de análises, inteligência artificial e outras tecnologias avançadas, mas a indústria de desenvolvimento farmacêutico também será transformada. Com informações em tempo real de ensaios clínicos, os fabricantes de medicamentos entenderão melhor como um medicamento afeta um usuário e como eles podem otimizar seus efeitos e minimizar os efeitos colaterais.
Para que as organizações sobrevivam e prosperem no setor de saúde digitalizado, as farmacêuticas devem começar a gerar ideias e implementar estratégias digitais imediatamente para desenvolver um modelo de negócio que permita transformar seus pontos fortes. No final do dia, é vital que essas empresas mantenham o objetivo final no centro de sua missão: a saúde e a segurança de seus pacientes.