Você já deve ter ouvido falar sobre a Indústria 4.0, onde a automação e os processos inteligentes mudarão os perfis das indústrias e das empresas. Sobre isso, deve saber que esse processo utiliza a chamada Internet das Coisas, que conecta as máquinas entre si, permitindo processos muito mais produtivos e inteligentes. Mas você já ouviu falar sobre Internet de Tudo?
Você sabe o que é Internet de Tudo? Sabe a sua diferença para Internet das Coisas? Pois bem, se você acha que a Internet das Coisas era o que há de mais avançado quando se fala na conexão das máquinas, aplicada no nosso dia a dia e na produção das fábricas, saiba que a Internet de Tudo vai ainda além, expandindo esse conceito. Preparamos esse conteúdo para que você fique entendendo a Internet de Tudo e o que ela provocará nas indústrias, fábricas e empresas.
Geladeiras que avisam que algum determinado produto acabou ou está fora da validade, lâmpadas e tomadas inteligentes, que podem ser programadas pelo seu próprio smartphone, são alguns exemplos que se utilizam da Internet das Coisas (IoT), do inglês Internet of Things. A Internet das Coisas é a conexão de todo tipo de objeto com a internet, tornando-o inteligente e com uma aplicabilidade muito maior.
A Internet das Coisas conecta o mundo físico ao mundo digital. Um par de tênis, por exemplo, pode passar a informar ao usuário o número de passos dados, a quantidade de calorias gastas e até mesmo avaliar o seu tipo de pisada, além de dar conselhos relacionados à atividade física realizada, como uma corrida ou uma longa caminhada.
A cidade também pode ser inteligente, por meio da Internet das Coisas. Uma lata de lixo pode emitir um sinal para o serviço de limpeza esvaziá-la, sensores podem controlar a estrutura de pontes ou avisar quando uma lâmpada vai queimar antes mesmo que isso aconteça e prejudique a segurança do local. Na indústria, uma máquina pode solicitar manutenção antes mesmo que enguice e interrompa a produção, evitando prejuízos.
Do inglês Internet of Everything, a Internet de Tudo (IoE) nada mais é do que a ampliação do conceito de Internet das Coisas (IoT), que é centrada nas comunicações de máquina para máquina. Trata-se de um sistema mais complexo, incluindo a conexão das pessoas, dos processos, dos dados, ou seja – generalizando e dando o seu nome – conectando tudo.
O termo é associado a uma estratégia de marketing da Cisco. A gigante de tecnologia criou a expressão para se destacar nas ferramentas de busca pelo tema e definiu o conceito de Internet de Tudo (IoE) como a conexão inteligente de pessoas, processos, dados e coisas.
Ainda que seja uma jogada mercadológica, o termo ganhou força e peso, ampliando a ideia de que a Internet das Coisas (IoT) interliga as coisas e a Internet de Tudo (IoE) amplia tudo o mais – afinal, o mundo quer ser absolutamente interligado!
Os conceitos são bem semelhantes e, mais do que isso, são convergentes. A Internet das Coisas (IoT) refere-se à conexão digital dos aparelhos e dos objetos com a internet. Por sua vez, o termo Internet de Tudo (IoE) vai ainda além, referindo-se a conexão entre uma máquina e outra, entre pessoas e máquinas e, ainda, conectado pessoas com pessoas por meio da internet.
A consultoria global Gartner estimou que em 2020 nada menos do que 25 bilhões de dispositivos estiveram conectados à Internet das Coisas e à Internet de Tudo. A consultoria International Data Corporation (IDC) garante que até 2022 a Internet das Coisas e a Internet de Tudo movimentarão, juntas, algo em torno de US$ 1 trilhão e US$ 7 trilhões, sendo que apenas a área de Inteligência Artificial (IA) receberá investimentos na ordem de U$S 3 trilhões.
E mais: a IDC diz, ainda, que até 2025 serão gerados algo entre 79 zettabytes e 163 zettabytes de dados pela IoT e IoE. Para você ter uma ideia do que isso representa, saiba que um megabyte corresponde a um milhão de bytes, um gigabyte corresponde a um bilhão de bytes e, finalmente, um zettabyte significa um trilhão de gigabytes.
Enfim, IoT e IoE são conceitos de fato extremamente semelhantes, diferenciando-se apenas na questão da abrangência.
A Internet das Coisas e a Internet de Tudo trarão ganhos fantásticos para a nossa vida, promovendo uma verdadeira revolução social – e não à toa, são a base da Indústria 4.0. A automação, aliada a uma internet poderosíssima, trará melhorias incondicionais nas áreas da saúde, alimentação, educação, segurança, entretenimento, arte, cultura, mobilidade, habitação e em relação à questão socioambiental.
Imagine, por exemplo, que uma pessoa faça uma consulta presencial com uma nutricionista, com o objetivo de adotar uma alimentação mais saudável e específica para algum problema que ela tenha, a obesidade, por exemplo. A profissional poderá acompanhar o seu paciente em sua rotina diária, em tempo real, com a coleta de dados dos alimentos a serem consumidos, incluindo uma avaliação nutricional just in time sobre eles.
É como se a nutricionista pudesse acompanhar o paciente, 24 horas por dia. E todo esse controle estará ligado a aparelhos como a geladeira, o micro-ondas, o liquidificador e a panela, entre outros, para controle de calorias e tipos de alimentos. Esses aparelhos poderão simplesmente ser travados para o uso, para garantir a dieta do paciente. A conexão entre a nutricionista e seu paciente, incluindo os eletrodomésticos, só é possível por meio da Internet de Tudo.
A verdade é que a IoE está provocando uma verdadeira revolução nas indústrias, oferecendo-lhes a possibilidade de uma produtividade jamais vista até aqui. A transformação digital traz a automação dos processos, e a IoE conecta máquinas, processos e colaboradores, permitindo um controle profundo e just in time.
Os ganhos de eficiência, controle de redução de custos, eliminação do desperdício e do retrabalho e a criação de mais pontos de engajamento com o consumidor impactarão sensivelmente nos resultados das empresas. Sensores ultra conectados acelerarão, por exemplo, processos de fabricação, automatizando atividades de mensuração, o que significa que a produção poderá ser muito mais controlada, de acordo com as respostas do próprio mercado.
A experiência do usuário será uma das grandes tendências da IoT e IoE. Novos sensores, o uso profundo de algoritmos, arquiteturas de experiências e as chamadas arquiteturas de consciência social estarão à disposição para mudar a relação entre as empresas e seus consumidores, o que possibilitará, por exemplo, atender aos anseios de um produto customizado e individualizado.
É claro que todos esses avanços dependem de tecnologia e de uma rede ultra veloz e robusta, que permita a conexão de tudo. Ainda não chegamos nesse patamar, mas é muito importante sempre pontuar que a transformação digital não depende apenas da automação dos processos. É importante reinventá-los e saber o que fazer com a tecnologia.
Especialistas explicam que de nada adianta a geladeira lhe informar que o leite está vencido, e ainda assim você ingeri-lo, descuidadamente. Ou seja, a automação e os processos inteligentes precisam estar a serviço dos recursos humanos, e sua adesão é absolutamente relevante e condicional para que toda essa revolução digital de fato aconteça e nos favoreça.
A automação dos processos e a Internet de Tudo trazem para o mundo corporativo aumento de produtividade, redução sensível de custos, melhoria da experiência do cliente e insights para o negócio. Mas é preciso conjugar tecnologia, conexão e recursos humanos.