Por Fábio Barnes *
Com a evolução das telecomunicações e o advento da internet com a banda larga, uma modalidade de serviço tornou-se viável: o Software-as-a-Service (SaaS). Trata-se de um método para fornecer uma aplicação, hospedado em um ambiente fora da empresa, com acesso a funcionalidades, quantidade de usuários sob demanda e cobrança pelo uso. O acesso é por meio da internet, utilizando a arquitetura conhecida como cloud computing (computação em nuvem).
Segundo projeções do IDC, o mercado mundial de cloud computing crescerá de US$ 47,4 bilhões em 2013 para US$ 107 bilhões em 2017. Já no Brasil, conforme pesquisa da consultoria Frost&Sullivan, o mercado de cloud movimentou US$ 328 milhões em 2013 e chegará a US$ 1,1 bilhão em 2017.
A modalidade SaaS para ferramentas de comunicação empresarial e aplicativos como CRM e RH, tal qual Salesforce, já é muito comum. De acordo com Gartner, em 2011 as soluções SaaS representaram 70% do faturamento de software para web conference e plataformas de colaboração e sociais, e 35% para CRM. A expectativa é de que em 2016 esses segmentos representem 65% e 48% do mercado SaaS, respectivamente.
Sistemas críticos, como os de gestão empresarial, começam também a ser adotados nessa modalidade. Dessa forma, as empresas podem ter acesso a um ERP de classe mundial, com implantação rápida, sem a necessidade de contratar e manter uma equipe interna enorme para sustentar o ambiente e, ainda, dentro do seu orçamento.
Contudo, a adoção do SaaS para serviços de gestão empresarial ainda está em estágios iniciais. A SAP tem uma oferta já há muitos anos, mas tomou decisões estratégicas recentemente para incentivar a adoção do modelo SaaS como uma alternativa importante à tradicional venda de licenças. Outras grandes empresas que atuam na esfera do mercado de ERP também tomaram importantes decisões, como a IBM, que vendeu sua operação de fabricação de servidores para focar nos serviços de cloud computing.
O SaaS traz significativos benefícios em comparação à forma tradicional de aquisição do ERP e pode ser adotado tanto por pequenas e médias empresas (SME), que passam a ter acesso a um ERP de classe mundial, como por grandes corporações, devido a sua escalabilidade.
Várias características do ERP via SaaS fazem com que esta modalidade seja viável:
Outro benefício expressivo é não precisar manter uma equipe de técnicos de TI especializados no ERP, reduzindo o esforço gerencial para administrá-lo.
O modelo SaaS tem viabilidade técnica-financeira e, como vimos acontecendo com vários outros tipos de sistemas, irá se tornar um dos mais importantes métodos para a contratação de aplicações de gestão integrada.
*Fábio Barnes é Diretor Executivo da EngineBr, companhia de outsourcing de softwares e infraestrutura especializada no modelo SaaS (Software as a Service).