Por Fábio Barnes, CEO da Engine
Esta pergunta deixa uma inquietude grande para a Indústria Farmacêutica. Afinal, o seu cliente, o paciente, está muito longe. Tem uma cadeia enorme até o remédio produzido por sua empresa chegar no consumidor final. E não, não é simplesmente uma questão de logística, isto é: em qual prateleira está este remédio. A principal questão aqui é como a indústria irá lidar com o que acontece com o seu produto (e os efeitos em seu cliente) além dos muros da empresa.
O conceito de empresa inteligente está justamente nesta direção. A empresa inteligente na sua essência integra o físico com o digital, traz o consumidor para dentro da estratégia e operação da empresa.
A empresa inteligente utiliza-se de elementos da Transformação Digital, que é um processo de inovação disruptiva no qual as empresas fazem uso da tecnologia para melhorar o desempenho, aumentar o alcance e garantir resultados melhores. É uma mudança estrutural nas organizações, dando um papel essencial para a tecnologia.
As tecnologias que estão impulsionando a Transformação Digital, como Internet of Things (IoT), Blockchain, Big Data, Inteligência Artificial, Machine Learning, Robotização (RPA), Realidade Virtual e Aumentada, Impressão 3D, junto com soluções e tecnologias (Redes Sociais, Marketplaces digitais, Apps Stores, Segurança Cibernética, ERP/CRM, Roteadores de percurso, Internet, Cloud, GPS, Geoposicionamento, SmartPhones, Mobilidade, Imagem, Drones, Sensores/Transmissores) habilitam a criação inovativa de soluções de negócio.
É indissociável a esta transformação o impacto que todas essas tecnologias trazem para a sociedade como um todo. Tudo ficou mais rápido, acessível à mão, o que traz comodidade. O volume enorme de informações disponíveis – e que não param de aumentar- faz as pessoas estarem mais atentas e informadas. Há uma clara alteração de comportamento: de controle para compartilhamento, de ter para usufruir, de estabilidade no trabalho para propósito. Como consequência, aumenta a exigência do cliente para produtos e serviços customizados e de imediato acesso.
A adoção da transformação digital irá causar grande impacto na forma de competição e, consequentemente, na gestão e organização das empresas. A competição será baseada na influência, mesmo entre empresas de modelos de negócio diferentes, cada um buscando se alavancar diante do consumidor final. Veja como exemplo a mobilidade urbana, que tem diferentes ofertas de transporte em modelos de negócio muito diversos.
As empresas precisam mudar sua forma de pensar seu modelo digital. Não basta apenas estar na arena digital e integrar seus canais de contato com o cliente, o que é chamado de omnichannel. As empresas precisam SER digitais, ou seja: incorporar uma cultura digital. Sua força de trabalho precisa ser digital, ter uma atitude digital. Desde a concepção, seus produtos, serviços e processos de negócio precisam ser digitais e baseados nas tecnologias e soluções desta transformação digital mencionadas acima e outras que irão surgir.
As que nasceram já digitais têm vantagens neste processo. Por isso, grandes empresas adotaram práticas de start-ups e, em paralelo, estão construindo uma nova organização. Esta jornada digital incorpora modelos de check-adapt, comuns nas recém-nascidas, desenvolvendo MVPs (Minimum Viable Products) e utilizando técnicas como design thinking e agile.
Assim, é fundamental as empresas estarem com seus alicerces em tecnologias habilitadoras para se integrar a um cenário onde haverá muito mais compartilhamento, cooperação, altos volumes de informação, mobilidade e principalmente a comunicação direta e amplificada com os consumidores. É imprescindível que as empresas adotem cloud computing para maior flexibilidade, quanto maior a adoção melhor, processamento in memory para lidar com altos volumes de informação e ERPs abertos à integração deste novo cenário para que tenham sucesso na sua jornada digital.